BÍBLIA X HOMOFOBIA. (Alfredo Ferreira de Souza)
http://alfredo-de-souza.blogspot.com.br/2010/05/homofobia-e-biblia.html
O Brasil passa hoje
por transformações que influenciam diretamente a rede social. Aspectos
simbólicos são remodelados e até mesmo construídos às custas da
destruição de outros. Isto não ocorre apenas pelo aclamado “dinamismo
social” que alguns tanto defendem, mas ocorre também por mudanças em
nossa legislação.
Um ponto que
tem ganhado as manchetes são as leis voltadas às minorias.
Afro-descendentes, sociedades tradicionais, portadores de necessidades
especiais, gênero feminino, enfim, são grupos que reivindicam para si
direitos especiais como elemento retificador da história dos invasores,
senhores de escravos, hedonistas, machistas, e por aí vai. Tenho sempre
dito em tom de brincadeira que, atualmente, sou a pessoa mais
desafortunada que existe, pois sou do gênero masculino, branco e cristão
protestante.
Mas há nisso
tudo algo que me preocupa. Trata-se da inserção dos homossexuais nesses
grupos minoritários para que possam usufruir de direitos especiais.
Refiro-ma ao que ficou conhecido como “lei da homofobia”, projeto
da Deputada petista Iara Bernardes (PT/SP) que tramitou na Câmara dos
Deputados em Brasília sob o n.° 5003/2001 e foi aprovado numa
quinta-feira, 23 de novembro de 2006, em regime de urgência, com poucos
parlamentares na Casa. Após a aprovação, foi enviado ao Senado, onde
tomou o n.° 122/2006. Segundo a autora do projeto, trata-se de uma lei
que visa coibir a discriminação de homossexuais, tipificando os crimes
de “homofobia” com a aplicação de penalidades.
Nenhuma
argumentação utilizada para a aprovação dessa lei me convence. Em
primeiro lugar, ser homossexual não é uma determinação biológica, ou
seja, ninguém nasce homossexual como nascem os portadores de cuidados
especiais. A homossexualidade é uma escolha deliberada, logo, não faz
sentido classificá-la como um grupo minoritário merecedor de privilégios
legais.
Em
segundo lugar, já existem leis no Brasil que punem rigorosamente toda e
qualquer violência contra quem quer que seja. A crueldade exercida
contra os homossexuais é um pecado absurdo, pois nada justifica o “fazer
justiça com as próprias mãos”. Aliás, de justiça não há nada em tais
práticas. Os “assassinos” de homossexuais devem ser perseguidos pela lei
até às últimas conseqüências e punidos com o máximo rigor. Dito isto,
afirmo sobre a desnecessidade de se criar uma lei específica que, em seu
âmago, transcende a proteção que preserva a integridade física dos
homossexuais, uma vez que os direitos a esta integridade já estão
garantidos.
Em
terceiro lugar, é errado e desprezível toda e qualquer chacota jocosa
que venha ferir a honra de alguém. É abominável qualquer piada,
depreciação, jocosidade gratuita ou bulling contra os homossexuais. Caso
isso ocorra, a lei que possuímos também protege as vítimas,
criminalizando os autores de tais pecados. Mais uma vez afirmo: diante
dessa realidade, não há necessidade de se criar um foro privilegiado.
Bom,
até aqui não há novidade nenhuma. Mas daqui para frente quero refletir
sobre um aspecto que se tornará um problema mastodôntico caso a lei da
homofobia seja definitivamente aprovada. Estou me referindo às Sagradas
Escrituras que deverão se tornar um livro absolutamente proibido no
Brasil, tornando-se alvo das polícias militar, civil e federal, cuja
missão será apreender todo e qualquer exemplar existente do livro
ilegal.
Talvez
alguns digam: isso é um exagero! Será? Bem, do ponto de vista da lei da
homofobia, a Bíblia já se transformou num texto preconceituoso e
homofóbico. Vejamos alguns exemplos:
1) Segundo a Bíblia, a prática homossexual é repugnante, conforme Levítico 18: 22:
“Não se deite com um homem como quem se deita com uma mulher; é repugnante.”
2) Segundo a Bíblia, a prática homossexual era passível de penalidade, conforme Levítico 20: 18:
“Se
um homem se deitar com outro homem como quem se deita com uma mulher,
ambos praticaram um ato repugnante. Terão que ser executados, pois
merecem a morte” (vejam que aqui a pena de morte era uma sanção da
magistratura da época).
3) Segundo a Bíblia, a prática homossexual é antinatural, conforme Romanos 1: 26, 27:
“Por
causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres
trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à
natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações
naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros.
Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em
si mesmos o castigo merecido pela sua perversão.”
4) Segundo a Bíblia, a prática homossexual é pagã diante de Deus, conforme 1º Coríntios 6: 9, 10:
“Vocês
não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem
enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais
passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem
caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. Assim foram
alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram
justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso
Deus.”
5) Segundo a Bíblia, a prática homossexual transgride a Lei de Deus, conforme 1ª Timóteo 1: 8 a 11:
“Sabemos
que a Lei é boa, se alguém a usa de maneira adequada. Também sabemos
que ela não é feita para os justos, mas para os transgressores e
insubordinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e
irreverentes, para os que matam pai e mãe, para os homicidas, para os
que praticam imoralidade sexual e os homossexuais, para os
seqüestradores, para os mentirosos e os que juram falsamente; e para
todo aquele que se opõe à sã doutrina. Esta sã doutrina se vê no
glorioso evangelho que me foi confiado, o evangelho do Deus bendito.”
E agora? Caso a lei da homofobia seja sancionada no Brasil, o que fazer com a Bíblia?
Bem,
eu sou cristão reformado, e como tal possuo as Escrituras como minha
única regra de fé e prática. Ela me diz que devo amar ao próximo como a
mim mesmo, então devo amar os homossexuais, orar por cada um deles e
pregar o Evangelho do Senhor Jesus a todos. A Bíblia também me ensina
que não devo discriminar ninguém, pois não sou melhor nem pior, sou
apenas um semelhante, um pecador que foi alcançado pela graça divina.
Mas
a Bíblia também me ensina que a prática homossexual é pecado assim como
são igualmente pecados o adultério, o divórcio, a fornicação e a
prostituição. É assim que acredito, é assim que obedeço à Santa Lei, e
não há nada que possa me convencer do contrário. Seja Deus verdadeiro, e
mentiroso, todo homem!
Por
este motivo digo, antes que acusem de homofóbicos os pregadores fiéis
da Palavra de Deus, saibam que todos eles estão sendo verdadeiros àquilo
que crêem. E se a pregação da Palavra de Deus, que hoje é livre e
protegida por lei, se tornar um crime, então todos os pregadores fiéis
terão problemas com a lei.
Quero
encerrar a presente postagem utilizando a definição feita pelo Dr. John
Sttot ao afirmar que os homossexuais são “...pessoas humanas feitas à
imagem de Deus, ainda que caídas, com toda glória e tragédia que este
paradoxo possa implicar” (STTOT, John. Grandes questões sobre o sexo.
Rio de Janeiro: Vinde, 1993. p. 159).
Logo,
todos os homossexuais são pecadores que necessitam da graça de Deus
assim como eu também necessitei e ainda necessito. A mesma Bíblia que
acusa o homossexualismo de pecado contra o Senhor Deus, é a mesma que
anuncia, sem acepção de pessoas, o Evangelho de salvação e misericórdia.