Confissão de Fé de Westminster
CAPÍTULO XXII
DOS JURAMENTOS LEGAIS E DOS VOTOS
I. O Juramento, quando lícito, é uma
parte do culto religioso pelo qual o crente, em ocasiões necessárias e com toda
a solenidade, chama a Deus por testemunha do que assevera ou promete; pelo
juramento ele invoca a Deus para julgá-lo segundo a verdade ou falsidade do que
jura.
Deuteronômio 10:20 Ao SENHOR, teu Deus, temerás; a ele servirás,
a ele te chegarás e, pelo seu nome, jurarás.
Êxodo 20:7 Não tomarás o nome do SENHOR,
teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome
em vão.
2 Coríntios 1:23 Eu, porém, por minha vida, tomo a Deus por
testemunha de que, para vos poupar, não tornei ainda a Corinto;
II. O único nome pelo qual se deve jurar
é o nome de Deus, nome que se pronunciará com todo o santo temor e reverência;
jurar, pois, falsa ou temerariamente por este glorioso e tremendo nome ou jurar
por qualquer outra coisa é pecaminoso e abominável, contudo, como em assuntos
de gravidade e importância o juramento é autorizado pela palavra de Deus, tanto
sob o Novo Testamento como sob o Velho, o juramento, sendo exigido pela
autoridade legal, deve ser prestado com referência a tais assuntos.
Jeremias 5:7 Como, vendo isto, te
perdoaria? Teus filhos me deixam a mim e juram pelos que não são deuses; depois
de eu os ter fartado, adulteraram e em casa de meretrizes se ajuntaram em
bandos;
Mt 5:34-37 Eu, porém, vos digo: de modo
algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus; nem pela terra, por ser
estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; nem jures
pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja,
porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.
Hb 6:16-17 Pois os homens juram pelo que
lhes é superior, e o juramento, servindo de garantia, para eles, é o fim de
toda contenda. Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos
herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com
juramento,
III. Quem vai prestar um juramento deve
considerar refletidamente a gravidade de ato tão solene e nada afirmar de cuja
verdade não esteja plenamente persuadido, obrigando-se tão somente por aquilo
que é justo e bom e que tem como tal, e por aquilo que pode e está resolvido a
cumprir. É, porém, pecado recusar prestar juramento concernente a qualquer
coisa justa e boa, sendo ele exigido pela autoridade legal.
Gn 24:2-3 Disse Abraão ao seu mais
antigo servo da casa, que governava tudo o que possuía: Põe a mão por baixo da
minha coxa, para que eu te faça jurar
pelo SENHOR, Deus do céu e da terra, que não tomarás esposa para meu filho das
filhas dos cananeus, entre os quais habito;
Neemias 5:12 Então, responderam: Restituir-lhes-emos e
nada lhes pediremos; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os
fiz jurar que fariam segundo prometeram.
IV. O juramento deve ser prestado
conforme o sentido claro e óbvio das palavras, sem equívoco ou restrição
mental. Não pode obrigar a pecar, mas sendo prestado com referência a qualquer
coisa não pecaminosa, obriga ao cumprimento, mesmo com prejuízo de quem jura.
Não deve ser violado, ainda que feito a hereges ou infiéis.
Salmos 24:4 O que é limpo de mãos e puro
de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente.
Salmos 15:4 o que, a seus olhos, tem por
desprezível ao réprobo, mas honra aos que temem ao SENHOR; o que jura com dano
próprio e não se retrata;
Ez 17:15-18 Mas ele se rebelou contra o
rei da Babilônia, enviando os seus mensageiros ao Egito, para que se lhe
mandassem cavalos e muita gente. Prosperará, escapará aquele que faz tais
coisas? Violará a aliança e escapará? Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR
Deus, no lugar em que habita o rei que o fez reinar, cujo juramento desprezou e
cuja aliança violou, sim, junto dele, no meio da Babilônia será morto. Faraó,
nem com grande exército, nem com numerosa companhia, o ajudará na guerra,
levantando tranqueiras e edificando baluartes, para destruir muitas vidas. Pois
desprezou o juramento, violando a aliança feita com aperto de mão, e praticou
todas estas coisas; por isso, não escapará.
V. O voto é da mesma natureza que o
juramento promissório; deve ser feito com o mesmo cuidado religioso e cumprindo
com igual fidelidade.
VI. O voto não deve ser feito a criatura
alguma, mas somente a Deus; para que seja aceitável, deve ser feito
voluntariamente, com fé e consciência de dever, em reconhecimento de
misericórdias recebidas ou para obter o que desejamos. Pelo voto obrigamo-nos
mais restritamente aos deveres necessários ou a outras coisas, até onde ou
quando elas conduzirem a esses deveres.
Salmos 76:11 Fazei votos e pagai-os ao
SENHOR, vosso Deus; tragam presentes todos os que o rodeiam, àquele que deve
ser temido.
Deuteronômio 23:21 Quando fizeres algum voto ao SENHOR, teu
Deus, não tardarás em cumpri-lo; porque o SENHOR, teu Deus, certamente, o
requererá de ti, e em ti haverá pecado.
Salmos 50:14 Oferece a Deus sacrifício de ações de graças
e cumpre os teus votos para com o Altíssimo;
VII. Ninguém deve prometer fazer coisa
alguma que seja proibida na palavra de Deus ou que embarace o cumprimento de
qualquer dever nela ordenado, nem o que não está em seu poder cumprir e para
cuja execução não tenha promessa ou poder de Deus; por isso os votos monásticos
que os papistas fazem do celibato perpétuo, pobreza voluntária e obediência
regular, em vez de serem graus de maior perfeição, não passam de laços
supersticiosos e iníquos com os quais nenhum cristão deve embaraçar-se.
Atos 23:12 Quando amanheceu, os judeus
se reuniram e, sob anátema, juraram que não haviam de comer, nem beber,
enquanto não matassem Paulo.
Mc 6:26-27 Entristeceu-se profundamente
o rei; mas, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, não lha
quis negar. E, enviando logo o executor, mandou que lhe trouxessem a cabeça de
João. Ele foi, e o decapitou no cárcere,
Ec 5:1-7 Guarda o pé, quando entrares na
Casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de
tolos, pois não sabem que fazem mal. Não te precipites com a tua boca, nem o
teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus
está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras. Porque
dos muitos trabalhos vêm os sonhos, e do muito falar, palavras néscias. Quando
a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de
tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não
cumpras. Não consintas que a tua boca te faça culpado, nem digas diante do
mensageiro de Deus que foi inadvertência; por que razão se iraria Deus por
causa da tua palavra, a ponto de destruir as obras das tuas mãos? Porque, como
na multidão dos sonhos há vaidade, assim também, nas muitas palavras; tu,
porém, teme a Deus.
Votos são juramentos feitos a Deus, como já foi visto os juramentos somente serão cumpridos pela graça de Deus, desta forma, Deus jamais concederá sua graça para algo contra sua vontade, que está expressa em sua Palavra. Os votos que vão além da Palavra com a finalidade de conseguir para o homem privilégios constitui-se em abominação e orgulho contra Deus.
ResponderExcluirSoraya