O PRÓDIGO QUE NÃO VOLTOU
II Samuel 18:9-15
Indo Absalão montado no seu mulo, encontrou-se com os homens de Davi; entrando o mulo debaixo dos ramos espessos de um carvalho, Absalão, preso nele pela cabeça, ficou pendurado entre o céu e a terra; e o mulo, que ele montava, passou adiante. Vendo isto um homem, fez saber a Joabe e disse: Vi Absalão pendurado num carvalho. Então, disse Joabe ao homem que lho fizera saber: Viste-o! Por que logo não o feriste ali, derrubando-o por terra? E forçoso me seria dar-te dez moedas de prata e um cinto. Disse, porém, o homem a Joabe: Ainda que me pesassem nas mãos mil moedas de prata, não estenderia a mão contra o filho do rei, pois bem ouvimos que o rei te deu ordem a ti, a Abisai e a Itai, dizendo: Guardai-me o jovem Absalão. Se eu tivesse procedido traiçoeiramente contra a vida dele, nada disso se esconderia ao rei, e tu mesmo te oporias. Então, disse Joabe: Não devo perder tempo, assim, contigo. Tomou três dardos e traspassou com eles o coração de Absalão, estando ele ainda vivo no meio do carvalho. Cercaram-no dez jovens, que levavam as armas de Joabe, e feriram a Absalão, e o mataram.
É assim que
termina a história de um moço que tinha tudo para ter uma carreira brilhante. A
começar pelo nome, Absalão: “pai da paz”. Mas a sua vida mostra que ele,
na verdade, “era pai da encrenca”. Era também, segundo o relato bíblico,
considerado o moço mais formoso/bonito do seu tempo. Seria hoje galã de novela da
globo. Não bastasse isso era filho do rei. Mas com toda virtude estética, com a
descendência real, com um nome tão promissor, o seu caráter era horroroso.
Absalão faz um contraste com o personagem da “parábola
do filho pródigo” o pródigo que voltou, mas Absalão é o pródigo que não voltou.
Ele se distanciou do pai, gastou os seus talentos, sua vida, sua energia,
gastou tudo longe do pai e acabou morrendo longe do pai.
Ficamos pensando em histórias não
muito felizes de pessoas que estão desperdiçando a vida longe de Deus. Como
pródigos estão gastando seu tempo, seus bens, sua saúde, dissipando as
oportunidades, todas estas coisas estão indo embora por entre seus dedos e com
certeza a história delas será também trágica.
Podemos verificar
se não é o caso de termos também alguém que esteja, à semelhança de Absalão,
correndo o risco de morrer longe do Pai celestial.
O pecado levanta uma barreira entre o homem e
seu pai celestial. O pródigo da parábola, que voltou para casa, também teve um
pecado: o de não aceitar o domínio do pai. Ele não aceitava a direção do pai,
não queria viver sob sua tutela, queria autonomia, quis viver segundo suas
vontades. Seu pecado foi o da arrogância eu posso viver sem meu Pai, eu não
preciso Dele.
Quantas e
quantas vezes nosso inconformismo, nossa insubmissão à vontade de Deus, nosso
desejo de autonomia, desejo de correr em direção contrária a vontade de Deus,
de presumir que podemos fazer nossa vida com os nossos valores pessoais, nos
impulsiona para longe dele.
Muita gente
pensa em pecado como alguma coisa escabrosa. Entretanto a Bíblia diz que pecado
é basicamente a insubmissão à vontade de Deus, é não aceitar aquilo que Deus
determinou na sua Santa Palavra.
O profeta
Isaías (59:2) diz assim: “O problema são os seus pecados; por causa
deles, vocês estão separados de Deus. Por causa dos seus pecados, Deus virou o
seu rosto de vocês e não ouve mais o que vocês pedem”. Ou seja,
quando há pecado não há comunhão. Quando se vive em insubmissão à vontade de Deus
só haverá fuga e distanciamento de Deus.
Deus não afugenta
ninguém da sua presença. Se você se afastou de Deus foi você que se afastou,
não foi ele quem lhe virou as costas, não foi ele quem deixou de lhe estender
as mãos. Assim como Davi sentia saudade de seu filho também Deus tem saudade de
cada filho que se distanciou dele. Absalão, o pródigo que não voltou,
afastou-se do pai por causa do pecado, e este foi o início de sua trágica
história. Absalão, o pródigo que não voltou, endureceu o coração contra o pai.
Não quero
terminar falando de Absalão. Vou terminar falando do pai dele. Davi que não
queria a morte de seu filho. II Samuel 18:5 diz assim: “O rei ordenou a Joabe, a Abisai e a
Itai: Por amor a mim, tratem bem o jovem
Absalão! E todo o exército ouviu quando
o rei deu essa ordem sobre Absalão a cada um dos comandantes..”
Ele foi a
todos os comandantes e disse: tratem o moço com brandura. Ele era rebelde, imprestável, assassino,
encrenqueiro, queria destronar e aniquilar o próprio pai mas a postura do pai
era de amor. Pode ser que para vocês ele não valha nada, mas é meu filho,
tratem-no com brandura.
É isto que
Deus faz com todo pecador, Ezequiel 33:11:
“Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte
do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva.
Convertei-vos dos vossos maus caminhos, pois por que haveis de morrer, oh casa
de Israel?”
Deus não
deseja a perdição de ninguém e não desejava a de Absalão. Absalão morreu e o
capítulo 18:33 diz assim: “O
rei entendeu as palavras do mensageiro e desandou a chorar. Saindo das portas
da cidade, foi para o seu quarto chorando e clamando: Meu filho Absalão, meu
filho, meu filho Absalão! Se fosse
possível eu daria a minha vida pela sua! Ah, Absalão, meu filho! Meu querido
filho!
Este é o
clamor de um pai. Quem me dera que eu morrera por ti. Davi amava tanto a
Absalão que queria morrer por ele, mas não pode. Nenhum de nós pode morrer pelo
outro. Não podemos morrer pelos nossos pais nem pelas nossas mães. Não podemos
morrer pelos nossos filhos, nenhum de nós pode morrer no lugar de outro, mas
Cristo morreu e a Bíblia diz que Deus prova o seu amor para conosco em que
Cristo Jesus que morreu por nós sendo nós ainda pecadores.
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